17 de jun. de 2011

Questão 253:


Em Teilhard de Chardin temos o finalismo evolucionista levado às suas últimas consequências. O célebre jesuíta acaba misturando a mística poética da missa a céu aberto ao amanhecer, no deserto de Gobi, com o positivismo algo marxista do Café de Flore, no boulevard Saint-Michel ao anoitecer. Teilhard está em postura de conflito lógico e disciplinar com os pressupostos da biologia e da paleontologia evolucionista quando, numa verdadeira e não mui ortodoxa teologia, transforma todo o processo evolutivo em expressão exata dos seis dias da Criação pelo divino escultor in excelsis. A introdução de Deus como o próprio autor do "plano geral" de evolução pode causar certa perplexidade, mormente aos angustiados com a teodicéia. Mas, para um partidário otimista da ordem e do progresso, o que vale então o espetáculo inenarrável de dor, violência, tortura, morte e louco esbanjamento que representou a natureza, durante os tais bilhões de anos de evolução - desde a bactéria original no oceano primevo até o plasmódio malarento, o treponema sifilítico, o vírus aidético, a serpente venenosa, o sapo peçonhento, a barata imunda, o tubarão assassino e o tigre devorador? Para que tanto sofrimento? É o que não podemos deixar de perguntar: foi mesmo nosso Pai todo-poderoso e misericordioso quem concebeu esse horroroso método? (“Polemos”, Penna. Editora da UnB)

Um comentário:

  1. Não há nenhuma questão de evolução aí. A resposta para a pergunta é: o Papai Noel não existe, agora cresça e pare de acreditar nessas bobagens.

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